A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, realiza entre os dias 25 e 29 de setembro, o Festival Literário Internacional de Belo Horizonte – FLI-BH. As atividades concentram-se no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. As oficinas ocorrem no Parque e no Centro de Referência da Juventude e a Mostra de Cinema, no MIS Cine Santa Tereza.

Para o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, um festival literário tem tudo para aproximar as pessoas e alargar a compreensão sobre a literatura. “Arrisco-me mesmo a dizer que temos este compromisso ao realizá-lo. Não podemos perder de vista que quando estamos tratando de literatura, estamos tratando em última instância dos diversos usos e formatos que podemos dar a palavra, seja ela escrita, falada, cantada ou declamada”, afirma.

Abordando a temática “Do Livro à Voz: Narrativas Vivas” e com curadoria da poeta Nívea Sabino e da ilustradora Marilda Castanha a terceira edição do FLI-BH apresenta ao público mineiro cinco dias de programação gratuita e diversificada. Serão ofertados ao longo da temporada mais de 50 atrações, divididas entre palestras, rodas de conversa, oficinas, saraus, narrações de histórias, exposições, espaço literário, lançamentos de livros e sessões de autógrafos com escritores e escritoras independentes, mostra de cinema e literatura, biblioteca e intervenções urbanas.

Um destaque é a participação de grandes escritores, ilustradores, críticos e especialistas nacionais e internacionais. Do Brasil, estão participando, por exemplo, o poeta e artista visual Ricardo Aleixo (BH); a contadora de histórias Édina Calegaro (SC); o ilustrador Edson Ikê (SP); o poeta e agitador cultural Sérgio Vaz (SP); o escritor, roteirista e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva (SP) e o autor de mais de cem livros infanto-juvenis Ivan Zigg (RJ). Já do exterior a programação conta com a argentina Anabella López, ilustradora e escritora; Cláudia Magnani (Itália), antropóloga e professora de Literatura Italiana na Fundação Torino e a artista Cláudia Manzo (Chile).

Homenagem

O FLI-BH homenageia o poeta Adão Ventura (1939-2004), mineiro nascido em Santo Antônio do Itambé, e autor do clássico “A cor da pele” –  importante conjunto de poemas sobre o tema da negritude e do racismo. De acordo com a curadora e poeta Nívea Sabino, reverenciar o legado de Adão Ventura em um evento como o FLI-BH passa por um desejo realizado de propor um olhar sobre nós e, também, de sair do campo das repetições. “A pluralidade e diversidade das produções literárias no Brasil são enormes. Porém, reverenciam-se sempre nomes corriqueiros da nossa literatura. Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, pouco se lê ou ouve falar sobre Adão Ventura. Portanto, o FLI-BH é um convite a ampliar o olhar, um convite à leitura, ao desconhecido”, explica.

Além da homenagem ao grande poeta Adão Ventura, o FLI-BH traz como destaque em sua programação, menção honrosa a dois renomados escritores: a carioca radicada em Minas Gerais, Leda Maria Martins, e o mineiro do Vale do Rio Doce, Ailton Krenak.

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