Em uma fascinante fusão entre a alta joalheria e a arte contemporânea, Bvlgari e o artista italiano Francesco Vezzoli se uniram para criar a preciosa escultura que estará exposta na exposição “Huysmans, de Degas à Grünewald sob o olhar de Francesco Vezzoli”, que acontece até 1º de março de 2020 no Musée d’Orsay.

Desenvolvido pelo departamento de herança da Bvlgari, esse projeto é o mais novo exemplo do compromisso duradouro da Maison em apoiar talentos artísticos e herança cultural em um nível tanto nacional quanto internacional.

A peça, nomeada de Tortue de Soirée, é uma tartaruga com casco de latão cravejado com pedras preciosas, e foi inspirado no romance À rebours de Joris-Karl Huymans, onde o protagonista Jean Des Esseintes escapa das hipocrisias e convenções da sociedade humana e passa a viver em uma mansão isolada, onde ele se dedica à autoindulgência, ao hedonismo e ao seu sentido estético intransigente. Ele se rodeia de objetos, livros e móveis que refletem o seu gosto – incluindo uma tartaruga de estimação que ele enfeita com pedras brilhantes para que combine com o seu senso afinado de estilo.

A imaginação exuberante de Vezzoli e o talento da Bvlgari com cores e formas são a combinação perfeita. A concha polida da tartaruga, lindamente renderizada, é cravejada com ametistas translucidas e rubelitas de lapidação cabochon, peridoto, citrino e topázio (43 pedras com um total de 1500 quilates), combinadas com nove moedas em prata da Grécia antiga. Os artesões da Bvlgari trabalharam apaixonadamente por 530 horas cravejando pedras e moedas, transformando a carapaça em uma joia obra-prima.

A inspiração literária de Vezzoli é misturada perfeitamente com dois traços do design da Bvlgari: a lapidação cabochon e o uso de moedas antigas em joia, uma lembrança viva das raízes gregas e romanas da marca. Os diamantes pavé iluminam as divisórias do contorno duro do resto do corpo do animal, feito em bronze. Poderosa e enigmática, a obra de arte evoca incessantemente o narcisismo obsessivo de De Esseintes no seu esplêndido isolamento do mundo exterior.

A peça representa uma entrada absoluta no mundo artístico, por ser a primeira materialização tangível de um conceito literário, executada com uma impressionante habilidade técnica e extrema preciosidade. A elegante concha da tartaruga, uma metáfora pungente de “vanitas”, transcende a identidade de seus dois criadores para se tornar um marco artístico atemporal. Para essa criação pioneira artística, Francesco Vezzoli imaginou e projetou o animal, dando vida a todos os seus detalhes distintos, enquanto Lucia Silvestri, diretora criativa da Bvlgari, infundiu-o com seu talento inigualável para combinar pedras preciosas.

Essa inédita aliança artística expressa a sinergia entre a arte de Vezzoli e a visão inspiradora da Bvlgari. Ambos se baseiam em raízes culturais distintas, constantemente revisitando-as em novas criações visionárias. Por mais de 130 anos, a herança grega e romana da Maison foi continuamente reinventada através da linguagem contemporânea, para alcançar um equilíbrio único entre geometria e a voluptuosidade, entre a exuberância barroca e a harmonia cromática. Por sua vez, Vezzoli explora o presente através do seu resgate do passado, celebrando a natureza efêmera da mídia com todas as suas obsessões passageiras.

*Fotos: Divulgação