Primeira startup de hospitalidade do mundo, rede panamenha chegou ao Brasil em 2018 e acaba de abrir sua 64a unidade em Florianópolis

Um novo a cada 15 dias. Assim está sendo o processo de expansão da empresa de hospitalidade Selina que chegou no Brasil em 2018 com a proposta de investir 60 milhões de dólares em terras tupiniquins. O start foi com um bar de praia na badalada Praia Mole, em Florianópolis, Santa Catarina, onde, inclusive, em novembro inaugurou a hotelaria e, muito em breve, abre o coworking com 46 estações de trabalho, três salas de reunião e muito mais. Este é o terceiro maior Selina do mundo e fomos pessoalmente conhecer o que é o que Selina tem.

No Selina Floripa são cerca de 200 camas em operação e a previsão é chegar em 326. Localizado de frente para o mar, um dos picos preferidos de surfistas do mundo todo, e de costas para a paradisíaca Lagoa da Conceição, o Selina ocupa grande parte de onde, até então, funcionava o Hotel Cabanas da Praia Mole.

Camas? Sim, no Selina você pode reservar apenas uma cama, em um dos quartos compartilhados que abrigam até 10 camas, ou até uma casa inteira com lavabo, cozinha e sala de estar. Tudo foi pensado para atender a crescente demanda de nômades digitais: homens e mulheres jovens que buscam conforto sem luxo, tecnologia, local compatível para trabalhar e estudar, além de atividades voltadas para o bem-estar e entretenimento em um único endereço. Não é exatamente um hotel, mas também não queremos chamar de hostel.

 

Selina Floripa

No Selina Floripa, as diárias vão de 14 a 350 dólares – valores bem similares aos demais Selinas around the world - e todos que lá trabalham garantem: “você vai encontrar aqui o melhor colchão e a melhor roupa de cama da região”. A frase faz parte do lema do CEO e um dos fundadores da rede, Rafi Museri – me garantiu um dos 35 colaboradores.

E é verdade. Toalhas gostosas, ar condicionado silencioso, internet rápida, música boa, cerveja gelada e caipirinha também.

Há limpeza diária dos quartos, mas nada de TV ou frigobar para que todos usem e abusem das áreas comuns. Os hóspedes têm à sua disposição piscina e amplo jardim, cozinha comunitária, área de descanso, restaurante, bar da praia, cinema, biblioteca, jardim da Lagoa, e, em breve, wellness center, piscina aquecida, tap bar, makers area (oficina para trabalhos manuais), retail (parceria com lojas locais) e club, balada com cerca de 200 metros quadrados que promete agitar novamente uma das regiões mais abrigou surf parties na Ilha.

Tem ainda o Selina Surf Club e este é o único Selina do mundo que permite você fazer sua própria prancha – uma parceria com David Weber. Em um futuro próximo começam aulas de surf para iniciantes, na Lagoa da Conceição, e intensivos para aprimorar a prática com gravações das quedas, análise e acompanhamento profissional, palestras e workshops.

Uma agenda variada de aulas, cursos e workshops deve ser criada, seguindo o modelo que funciona bem nos demais Selinas, incluindo festas, festivais e outras manifestações artísticas e culturais.

 

Um grande negócio

 

Um grande negócio

Parte do sucesso do Selina se dá pelo modelo de negócio. A rede investe desde hotéis que tenham 20, 30 anos de existência e precisam ser atualizados – exemplo do Cabanas da Praia Mole - até propriedades ou terrenos que tenham potencial para atender tudo o que Selina prevê para determinada região. A prioridade são locais que proporcionem o ‘lifestyle selina’ e permitam a conexão trabalho e lazer.

Se o Selina é para todo mundo, provavelmente não. Sem TV no quarto, sem frigobar, ambientes compartilhados, música alta, pessoas trabalhando na piscina, pessoas meditando no jardim, pessoas lendo na recepção, pessoas cozinhando temperos do mundo todo, pode assustar alguns viajantes. Mas em pouco tempo Selina será para a maioria das pessoas já que estima-se que até 2035 mais de 1 bilhão de pessoas estejam trabalhando (e vivendo) como nômades digitais.

Primeira startup de hospitalidade do mundo, Selina cria hoje ambientes e experiências de olho nisto. O foco são jovens entre 18 e 35 anos e o business plan da unidade de Florianópolis parece bem realista e antenado com o que já acontece na Ilha da Magia, ou seja, 70% de ocupação na alta e 30% na baixa temporada. Para o final do ano, praticamente todas as camas estão reservadas. Durante nossa estadia por lá, notamos grande presença de estrangeiros hospedados. “Eles já estão mais acostumados com a marca Selina e também já estão vivendo este novo estilo de vida”, destacou uma das simpáticas atendentes do restaurante.

 

Selina way of life

O design do Selina é extremamente relevante e especial. 50% do valor investido em cada unidade é para os custos de obra enquanto os outros 50% são para design, incluindo – não somente, mas também – toda a decoração e repaginação dos dormitórios e áreas comuns, criando uma atmosfera única que mais parece um belo feed de instagram.

No Selina Floripa, foram cerca de quatro meses de retrofit e upciclying até chegar no que vemos nestas imagens. E tem mais! Nada do ‘antigo hotel’ foi perdido. Criou-se uma oficina com cerca de 30 artesãos e marceneiros para aproveitar ao máximo o que lá existia e o resultado é um mix único e peças que mais parecem obras de arte como uma instalação com detalhes de portas de armários que hoje ocupa o teto da biblioteca.

E se o assunto são obras de arte, elas ganham merecido destaque nos Selinas. Coube aos artistas Julio Vieira, Laura Loli, Arivassa, Thipan, Rafael Uzai, Yohannah e Raphael Langowski traduzirem o conceito Be Water do Selina Floripa. Tudo acompanhado e orientado pela equipe de arquitetura e design da rede, que também auxilia nas questões relacionadas à gastronomia, música e atendimento, permitindo que cada Selina tenha sua personalidade sem perder qualidade.

Be Selina – Como não poderia deixar de ser, a rede Selina acredita em vários estilos de negócios colaborativos, aceitando investidores e propostas de parcerias pelo site. Conheça as unidades no app exclusivo da rede.

Fotos: divulgação Selina

registros by #thelistbrasil

Confira a seguir alguns registros que fizemos durante nossa experiência no Selina Floripa.