Formada em Design e Artes Cênicas, Bruna Kassab sempre gostou de tecnologia e empreendedorismo. E foi justamente por causa dessa mistura que a Evoé nasceu, colocando em prática seus aprendizados artísticos, sociais e de gestão empática.

A Evoé (evoe.cc) é uma plataforma de crowdfunding que hackeia e desburocratiza o apoio a projetos aprovados por leis de incentivo a cultura. A startup foi acelerada pelo SEED/MG em 2017 e tem gerado bons resultados. Já ministrou oficinas e palestras para o SESI MG, Cineop, Música Mundo, MAX /Minas Gerais Audiovisual Expo, FINIT entre outros com o foco em promover o desenvolvimento, sustentabilidade, criação de comunidade e a difusão da economia criativa e compartilhada.

Nadine Lebaki (Líbano)

“Nadine realizou poucos filmes como diretora (3 longas metragens no total), mas seus filmes tem tanta personalidade e intensidade que já foi o suficiente para ela se consagrar como uma das grandes diretoras do cinema internacional. O seu mais recente filme ‘Cafarnaum’ (2019), uma ficção quase documental, despertou fortes emoções pelas salas de cinema do mundo inteiro, colocando em evidência os problemas que crianças em estado de abandono, inclusive refugiadas, sofrem diariamente. Pessoalmente Cafarnaum é meu filme favorito da diretora, mas vale a pena maratonar toda sua obra – ‘Caramelo’, ‘E agora, aonde vamos?’ e ‘Cafarnaum – para entender não só o trabalho potente e crescente da Nadine, mas também conhecer mais sobre a cultura árabe – mais especificamente a libanesa”

Céline Sciamma (França)

“Céline é uma diretora e roteirista francesa conhecida por fazer filmes que envolvem temáticas de gênero e sexualidade, principalmente durante a adolescência feminina. Com uma assinatura única, suas obras são conhecidas por terem um estilo mínimo, de poucas falas e muito preciosismo quanto os detalhes. A diretora foi recentemente ovacionada em Cannes por seu novo filme: Retrato de Uma Jovem em Chamas. Ainda não tive chance de ver o filme mas parece ser o seu trabalho mais forte até então. Se você curte o cinema francês e temáticas questionadores, provavelmente vai amar os filmes de Sciamma. Indico começar pelo Lírios D’água, seu primeiro longa-metragem, que começou a ser desenvolvido quando ainda era estudante de cinema. Mesmo sendo sua primeira obra, é possível perceber a capacidade narrativa complexa que a diretora possui, apresentando personagens extremamente intensas e muito reais em meio a um amor adolescente”

Ava DuVernay (Estados Unidos)

“Diretora, escritora e produtora a Ava é uma cineasta americana que vem ganhando destaque por fazer filmes que trazem ao debate questões raciais. Um dos exemplos dos seus diversos trabalhos é o documentário ‘13th’, que foi indicado ao Oscar e aborda a situação dos afrodescendentes ao longo da história dos Estados Unidos (ele está disponível no Netflix) e o racismo institucional. É um documentário que todos deveriam ver, não só para entender de fato todas as atrocidades que foram e são feitas com os negros nos Estados Unidos, mas também para visualizar dentro de um panorama mundial o quanto ainda é preciso ser feito para que haja justiça social, econômica e política para com pessoas negras. Seja documentário ou ficção, a diretora tem causado mudanças no status quo da produção cinematográfica dos Estados Unidos e do mundo, criando de maneira direta e indireta mais espaço para mulheres negras no cinema”.

Anna Muylaert (Brasil)

“E em meio ao nosso crescimento no cinema nacional, é claro que não poderia faltar uma brasileira na lista né. Muylaert é roteirista, diretora e produtora e eu escolhi falar dela porque ao mesmo tempo que possui um trabalho que atinge o público comercialmente, ela também traz questões que dialogam com questões sociopolíticas do nosso país, como a ditadura e a desigualdade social. Seus personagens normalmente vivem em conflito com uma sociedade que insiste em mudar ou que precisa urgentemente dessa mudança. O cinema nacional tem ganhado força mundo afora mas parece que ainda falta muito para ele ser igualmente valorizado em terras brasileiras. Se você ainda não viu, recomendo o filme ‘Que Horas Ela Volta’, narrativa que conta uma das situações mais comuns do cotidiano brasileiro – relação empregada e patroa – e que mesmo assim temos dificuldade de enxergar as possíveis problemáticas dessa conjuntura”.

Isabel Coixet (Espanha)

“Isabel é uma diretora espanhola conhecida por transitar nos mais diversos ambientes sem grandes problemas. Começou como diretora de propagandas publicitárias e hoje dirige filmes e séries, tanto na Espanha como no mundo. É raro ver alguém que vem de um país não-anglofônico conquistar Hollywood com aparente facilidade como Isabel fez. Seus filmes (direção e roteiro) foram interpretados por atores como Emily Mortimer, Sophie Turner, Patricia Clarkson e Penélope Cruz. O seu mais recente trabalho ‘Elisa & Marcela’ já está dando o que falar. O filme, que é baseado em fatos reais, mostra com muita honestidade e delicadeza o amor entre duas mulheres em tempos em que isso era praticamente impensável. Eu particularmente acho o filme lindo e sensível, e com muita personalidade. Pra começar o filme é todo em preto e branco. Se você se interessou, aproveite que ele tá disponível no Netflix e assista o quanto antes. É isso. Boa sessão :)”

*Imagens acervo pessoal e divulgação